Carta I

Carta perdida e encontrada na pata de um corvo morto, durante o Confronto dos Singelos e Amargurados.

Tudo que se via era a morte da esperança. Eu não conseguia fazer mais nada, nem se quer lutar pelo meu povo. Simplesmente toda vontade sumia, não havia força, nem nada... O homem que eu fora, morrera ali, naquele instante. Pense bem, imagine. Você e a pessoa que tu amas. Depois disso, um olho pulado para fora, o cabelo loiro tingido de sangue e apenas pequenos grunhidos de dor! Poderia  eu, um pobre degano, matar sua amada? A resposta é bem clara, porém não naquele momento, não quando se tem incertezas da vida. Sim! Eu falhei, não consegui, ela morreu agonizando. É... um arqueiro medíocre na linha da frente, um arqueiro idiota que acreditava em alguma bandeira ou emblema, um arqueiro imbécil que foi parar em algum calabouço qualquer. Lhe escrevo por medo, por decepção e por pura tristeza. Eu traí minha nação, mas isso não importa mais, deixo isso para que você posso encontra-lá, dar o que ela merece, fazer preces em seu nome e torcer para que qualquer estúpida religião posso existir e, assim eu *ILEGÍVEL, ESTÁ BORRADO*
e sim, não nego, trairia a merda daquele rei novamente, só para que nada disso tivesse acontecido...
vou seguindo, junto com meu carrasco, diferente de outros, ele me permitiu ser quem eu sou, deixou-me para que eu pudesse expressar, como eu sempre sonhara, ser um escritor. Nunca quis guerra, eu só queria um dia poder amar novamente, de qualquer forma: vou de encontro com a liberdade, torça por mim, irmão, estarei ao seu lado!

de seu gêmeo,
Loia, o Idiota 

Comentários