O Eterno Mortal

O dia tinha seu inicio, oh, que bela manhã era aquela. Seria um ótimo...

     O estrondar das nuvens lá em cima era impercebível, menos para Polank, um guerreiro sem igual. Nascido na fazenda, criado por camponeses, sendo ele, um também. Por muito tempo permaneceu por lá, naquele terreno feliz, até que,... Tudo se acabara em cinzas, nem aquela zona pacata escapara da Guerra Colorida. A guerra dos demônios devastava tudo o que encontrava. Quem iria salvar aquelas terras miseráveis que ficavam tão longe dos céus?
     Polank perdeu seus pais tão cedo, muito cedo. A vida não perdoava nem mesmo um garoto inocente, um garoto com tão poucos ideais, um garoto que tinha tudo pela frente. Talvez o que ninguém esperasse era que ele estivesse vivo, e sim, ele estava. Ele e Kath, uma garota que morava em uma aldeia pequena próximo dali. Os dois escaparam, fugiram como vento. Não havia tempo para ver o que aconteceu naquele embate, mas, pobre Polank, já sabia o destino dos pais.

    O garoto cresceu, cresceu muito.
    Tinha se tornado um guerreiro poderoso. E bastante forte, em qualquer sentido.. Seus segredos de como tudo isso aconteceu ele nunca revelou, talvez, apenas para sua amada, sua tão amada Kath, a garota que nunca estivera longe dele.
     O garoto que agora era um homem tinha colocado um fim naquela guerra de muitos anos, tinha se tornado um rei e tinha tudo que um homem poderia querer. E um tempo se passou. E mais um tempo. Kath havia dado um lindo filho ao seu amado guerreiro. Um herdeiro. E de fato, o tempo nunca parava, assim, mais um período foi lançado naquelas terras.

    Polank havia partido, sozinho. Iria se aventurar pelo mundo, iria conhece-lo, iria domá-lo. Talvez fizesse tudo isso, porém a única coisa que lhe agradava era saber que poderia proteger as pessoas dos demônios, o que não fizera tempos atrás em sua humilde casa, ele iria proteger o mundo, ou morrer tentando.
   Sua ambição por poder não era nada comparado a sua vontade de se tornar algo maior, de se tornar um Ser Perfeito, se tornar um poderoso anjo.
    Polank, tendo isso em mente, construiu muitas coisas para levá-lo aos céus, e muitas coisas fracassaram, para ser franco, todas fracassaram.
   Cansado e derrotado pelo tempo, em sua última tentativa ele pensou, pensou e pensou muito. Por que em vez de tentar ir para cima ele não tentava ir para baixo, como os anjos caídos, igual nas histórias que seu pai lhe contava, aliás, todos os lados estão interligado, seja o reino dos homens, os céus ou a própria perdição, então cavou. E talvez assim conseguiria resposta de como subir aos céus.
   O homem cavou a terra, cavou, cavou muito, por fim o tempo venceu Polank. Ele adormeceu em um imenso buraco, novamente sem sucesso.

    Seu filho, agora rei e desesperado por resposta, mandou cavaleiros por todo o reino em busca de seu pai, mandou mensageiros para outros reinos e saiu, foi atrás de Polank.
O dia quase chegava ao fim quando de repente a pergunta era respondida, cavaleiros avistaram uma cratera enorme próximo ao vale, e o rei foi avisado logo.

    Ao acordar, Polank se viu em nuvens, e ao redor uma paisagem azul, azul forte. Ela havia conseguido. Seu primeiro sucesso depois de anos. Saiu andando pelas enormes massas de ar, mas teve um passo em falso, uma queda era inevitável, a sua conquista teria sido em vão? Polank caiu e caiu, a queda não parecia ter fim, e realmente, não tinha. Talvez Polank nunca tivesse acordado de verdade, talvez isso fora mais uma guerra, dele contra ele mesmo. Talvez não exista algo para cavar ou algo para te elevar, mas só talvez. A ambição lhe dera tudo e a ambição tem seu preço que foi pago pelo "grandioso" rei Polank.

Seria um ótimo dia, se não fosse noite.
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 "Grandes entonações'', por Vranz Guelö.
Página 176, para um dos cinco livros espalhados pelo mundo. Livro Contos Lendários.
Página 84-85, para versão única do autor. Livro Um momento para se fazer estórias.